quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Abertura

No dia que ontem passou encetámos mais um ano da graça, desta feita, de 2008. No dia que passa ficámos a um mês de distância da triste e infame efeméride que cumpre agora 100 anos. Falta um mês para que passem cem anos do dia em que mataram o Rei e o príncipe. Em ponto nenhum deste país ou deste mundo devem os homens bons e amantes da Justiça deixar de chorar e velar o sangue inocente derramado nesse dia, o horror da mãe que vê o filho morrer nos braços, do desespero de com um ramo de flores tentar corajosamente vencer a boca das armas de fogo que lhe levavam a família. O Portugal de que eu gostava morreu mais um pouco nesse dia. Ainda que nunca o tenha vivido tenho saudades dele.

10 comentários:

Anónimo disse...

Estou Solidário com a Familia...
Condeno os assassinos...

Mas...Monarquia???? BRRRRR ca nojo!
A Começar pelo Gajo que fugio com a canalha daqui com medo dos Franceses e que deixou o País entregue ao bichos!

BRRRRR....Monarquia ca NOJO!

António Bastos disse...

Começo por felicitar o autor deste blogue por este belo post de abertura. Nunca é demais relembrar esse crime abjecto do qual continuamos ainda hoje a sofrer as consequências.
Quanto ao comentário do anónimo ele é um verdadeiro tributo à ignorância e alarvidade. Paz à sua alma!

Vítor Ramalho disse...

Bem-vindo á blogoesfera

Jogral dos Cogominhos disse...

Caros
Muito obrigado pelas palavras de acolhimento.
Um abraço

Anónimo disse...

Parabéns pelo Blog. Vejo que mesmo agora o inaugurou, mas promete. Venho aqui por indicação de Manuel Azinhais. Parabéns pelo texto e p'lo bonito poema de João F. Rosa, cuja voz adoro. Foi um dos maiores fadistas portugueses. Pena que já não apareça nas televisões, mesmo que não para cantar mas tão só para falar de política ou do tema 'fado'. Espero que ele o faça agora num qualquer Blog, neste por exemplo. Era um prazer ouvi-lo, sobretudo quando atacava a política desassombradamente como só ele o sabia fazer e bem. Ainda não procurei no YouTube mas espero, caso ainda não tenha lá os seus fados, que estes apareçam depressa naquele espaço previligiado, para que o mundo conheça, a par da divina Amália (já lá se encontram alguns belíssimos videos seus e creio que há bastante tempo), o que é o verdadeiro fado e quem o cantava excelentemente.

Acabei de perder um comentário relativo ao crime horrendo (e quem o instigou) perpetrado sobre o Rei e o Príncipe Herdeiro. Por algum motivo - e imagino qual - simplesmente eclipsou-se... Quer ver que este não vai desaparecer? Aposto. Aplicando à nova polícia de costumes uma frase predilecta de um familiar meu quando se refere aos políticos: "quem não os conheça que os compre".
Parabéns mais uma vez.

Maria

Anónimo disse...

"...privilegiado", claro.

Maria

Anónimo disse...

Pensar na monarquia como solução para o triste e pobre Portugal que temos, é ignorar que o descalabro nacional começou precisamente na incompetência dos nossos últimos reis. Cultos e bons rapazes, talvez, mas completamente narcisistas, elitistas, pândegos e desinteressados do desenvolvimento do país e so bem estar do povo. Entre festanças, caçadas e cortesãs, não sobrava tempo para a coisa pública... Portanto, já antes da implantação da república éramos uma lástima, talvez ainda maior do que somos agora. O problema não é de hoje...

Jogral dos Cogominhos disse...

Meu caro anónimo sobre a incompetência dos últimos reis deixe-me que o elucide. O reis de Portugal deixaram de governar no dia em D. João VI foi obrigado pelos jacobinos a jurar uma Constituição. Todo esse descablabro de que fala foi resposabilidade dos sucessivos parlamentos que de facto governanvam o país. Assim perante tal descalabro o papel dos reis era o que me leva a dizer que o seu comentário não faz sentido. O único poder que os reis ainda tinham era o de "pôr ordem na casa". O Grande D. Carlos foi longe demais para os apetites maçónicos e jacobinos, nessa tentativa de pôr ordem na casa. Por isso o cravaram de tiros...

Acho que precisa de se informar melhor, que de cortesãs andam cheios sempre todos os que mamam da política.

Jogral dos Cogominhos disse...

Cara Maria

Tive o grato prazer de conheçer o tio João Ferreira-Rosa no seu Palácio de Pintéus o mês passado. Continua muito bem disposto e mordaz nas suas análises à política. Acho que todos nós que o admiramos enquanto artista e homem temos o dever de puxar por homens como ele que façam um pouco de contraponto a certas visões repetitivas do nosso panorama político e social.

Quando ao dia da Infâmia vejo com muita felicidade uma autêntica profusão, quase orgiástica, de publicações sobre o tema em todas as livrarias de Lisboa. É bom que haja memória.

Anónimo disse...

Agradeço-lhe muito a sua resposta. Não conheço pessoalmente o João. Conheci alguns artistas, fadistas também, em actuações públicas, mas infelizmente não tive a sorte de escutar presencialmente a voz deste extraordinário fadista. Quem me dera tê-lo feito, seria certamente uma experiência inesquecível, tal como o foi com Amália, que conheci no estrangeiro. O João, de que eu tenha conhecimento - porque nos anos em que ele tinha a sua voz no auge, vivia eu no estrangeiro e quando eu vinha a Portugal, por dias ou semanas, nunca se proporcionava ir ouvi-lo à sua Casa de Fados - não gravou muito e aparecia pouquíssimo na televisão, por vezes só para ser entrevistado, pelo que só o ouvi cantar fado meia dúzia de vezes, se tanto e sempre na televisão. Foi muita pena.
Bem, esse Palácio do João, do qual, pela sua própria voz ouvi, em parte, a descrição e vi algumas belas imagens do seu interior, num programa de televisão, deve ser uma pequena maravilha. Mas disso já havia sido informada por uma minha amiga que conhece o Palácio. Numa entrevista que ele deu na televisão, alguns anos depois d'Abril e respondendo a uma pergunta sobre se não teve receio de que o seu belo Palácio pudesse também ter sido 'ocupado' pelos assaltantes abrileiros, como tantos outros Palácios o foram e o motivo porque não o foi, a sua resposta é de antologia e não me sai da memória. Pelo que ele disse e pelo que ficou por dizer.

Espero que convença o João a escrever neste Blog, já que diz conhecê-lo bem. Sobretudo para falar dos trastes que nos desgovernam, de quem, quer-me cá parecer, deve saber frescas e boas. Algumas 'frescas' ainda cheguei a ouvi-lo contar... quem me dera ouvir contar as outras, nem que seja por escrito. Porque nas televisões, todas situacionistas, não creio que o deixem contar. Ou que ele queira sequer nelas aparecer. E daí...

Maria

Nota: Uma pequena curiosidade. Não tenho a certeza absoluta, porque na altura não vivia em Portugal como digo acima, mas possìvelmente o João terá gravado alguns fados, se é que neste caso gravou algum (creio tê-lo ouvido dizer que gravava pouco por não ter paciência ou por não gostar de gravar, não me recordo bem), para uma casa discográfica que nessa altura pertencia a uns familiares meus, embora bastante afastados. Como o mundo é pequeno.