segunda-feira, 24 de março de 2008

Manuel de Almeida



Manuel de Almeida deixou-nos em 1995, mas mais do que isso deixou-nos um riquíssimo espólio no Fado. Confesso que nos tenros anos de vida que levo nunca tive oportunidade de ouvir este, que é um dos grande mestres, cantar. Mas do que ouvi em disco confesso que em poucos fadistas vi tanta raça e sentimento. Sentimento não nas palavras, mas em certas palavras... Há coisas que sabemos que ele está mesmo a sentir quando diz. A raiva e revolta contra o amor negado, as saudades que se vê claramente que sente. Quase que o conseguimos ver morder a língua e esbugalhar os olhos quando diz “Ai que saudades que eu tenho!!”. Regido em grande parte da sua obra pela cartilha do Marialva foi dos fadistas que mais belos amores cantou (sobretudo os impossíveis que a todos tocam à porta). A temática das antigas ramboiadas, as ceias nas hortas, as esperas de gado, os passeios em tipóia ou traquitana, as adegas de carriche ou a noites de fado regadas com canjirões de vinho. Um voz que não se cala nunca no espírito deste jovem blogue (Mais ainda quando eu aprender a pôr música nestas coisas!)

2 comentários:

Anónimo disse...

Um grande senhor do fado! Para mim partilha o trono do fado com Fernando Maurício. Tive o enorme prazes de o conhecer, já estava ele meio doente, perto do fim da sua dura vida, mas foi uma experiência incrível. Uma pessoa de tão simples que era que fazia impressão a sua simplicidade. Simpatia como não se vê em lado nenhum! E uma forma de cantar como não há, nem nunca há de haver, que me faziam arrepiar a espinha. Um grande Homem a ser recordado para todo o sempre! Os seus fados marialvas são os mais bem cantados de que há memória! Ou não tivesse ele ligações muito estritas com o Ribatejo. Segundo já ouvi dizer os mais antigos que ele nasceu perto de Arruda dos Vinhos, ao lado de Vila Franca, não sendo no entanto, o que consta dos registos que andam por aí... fica a ideia

Cumprimentos,
Jorge Portela

Portas e Travessas.sa disse...

Mas incluía o Rodrigo